Infertilidade em cachorro

Existe uma série de problemas que pode levar um macho a ter dificuldades para conseguir fertilizar uma ou mais cadelas. Isto pode acontecer desde a primeira cobertura dele (infertilidade congênita) ou até mesmo após já ter acontecido o nascimento de filhotes provenientes de um cruzamento prévio (infertilidade adquirida).

Para que se chegue a um provável diagnóstico devem ser realizados exames clínicos de rotina e exame reprodutivo completo.

Um completo histórico reprodutivo deve ser pesquisado como: idade da descidas dos testículos, idade à primeira cobertura, presença ou não de libido (vontade de cobrir e interesse pela fêmea), histórico familiar de infertilidade, data da última ninhada que nasceu dele com pai, manejo reprodutivo da fêmea, exame sorológico para detectar presença de Brucella canis, nutrição, utilização de medicações (quimioterápicos, anabolizantes, hromônios) anteriores ou atuais, doenças ou cirurgias realizadas entre outros.

A infertilidade congênita está normalmente associada a alterações de número e/ou estrutura dos cromossômicos. O cariótipo é o método de diagnóstico utilizado nestes casos. A infertilidade adquirida pode ser diagnosticada utilizando principalmente os seguintes métodos de diagnóstico: 

 Manejo reprodutivo correto 
Muitas vezes o cruzamento não está surtindo resultados positivos por causa de erro de manejo reprodutivo. O correto é que a fêmea esteja no período fértil para assegurar maior sucesso no cruzamento. Machos muito jovens e senis podem ter problemas de fertilidade. Os primeiros por não terem ainda atingido a puberdade (maturidade sexual) e os últimos por serem acometidos (em sua maioria) de problemas prostáticos (hiperplasia benigna e câncer). 

 Análise dos espermatozóides ou espermograma 
Este exame é realizado pelo médico veterinário após a colheita do sêmen para determinar se os espermatozóides produzidos pelo macho possuem condições mínimas de fertilizar a fêmea. A ausência total (azoospermia) ou diminuição acentuada (oligospermia) da concentração de espermatozóides levam a infertilidade. Bem como se eles possuem baixa motilidade (velocidade com que se locomovem). A integridade do espermatozóide também é avaliada (presença de certos tipos de defeitos). A presença de bactérias, vírus e fungos no sêmen também estão envolvidas na esterilidade ou infertilidade em cães. As alterações no sêmen são reflexo de problemas infecciosos (principalmente Brucella canis), inflamatórios ou neoplásicos dos epidídimos, testículos ou próstata. O estresse também é um importante fator responsável pelas alterações espermáticas e reprodutivas.

O normal para se considerar um cão fértil é: concentração mínima de 250 milhões de espermatozóides vivos e viáveis, acima de 70% de motilidade e menos de 20% de defeitos totais.

 Exame ultra-sonográfico
Hoje em dia não se pode falar em diagnóstico de alterações reprodutivas sem citar o uso da ultra-sonografia. No caso de machos ele visualiza tamanho, forma e estrutura do órgão analisado. É um método não invasivo, indolor e rápido. Pode ser feita biópsia de testículo e próstata dirigida pela ultra-sonografia.

 Padrões hormonais
Alterações no eixo hipotálamo-hipófise-gonadal podem causar desequilíbrio entre o s hormônios e causar infertilidade. A reprodução nos machos é controlada principalmente pelo hormônio testosterona, que em níveis normais varia de 0.4 a 10 ng/ml. O hipotireoidismo, causado pela diminuição dos hormônios produzidos pela tireóide, também podem influenciar a performance reprodutiva dos machos.

 Cultura e antibiograma
Os microorganismos presentes no sêmen podem ser identificados através deste exame bem como a melhor opção de tratamento para cada caso específico.

Infelizmente o tratamento de fertilidade em cães machos só atinge o sucesso em torno de 10% dos casos diagnosticados. Muitas vezes por que o problema demora a ser descoberto. Por isso, não pense duas vezes em levar seu cão para um exame caso haja a suspeita de algo errado com ele, além do check-up de rotina que ele deve ser submetido de tempos em tempos.

Por
Profa. Dra. Silvia E. Crusco (CRMV-SP 4313)www.silviacrusco.comMédica Veterinária - especialista em reprodução

Fonte: http://www.webanimal.com.br

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